Thursday, December 07, 2006

Eu não espero que você veja as cores que eu vejo.
Tomara que não leia as coisas que eu leio.
Não espere que eu vá por onde você for
E não quero que gritemos pela mesma dor.

Nunca quero que você ande por onde eu andei –
Ou que sue o que eu suei!
O que eu falei eu espero não ouvir de você
E não imagine o que eu ainda vou ser.


Espero que não faça meu o seu peso,
Que não siga minhas pegadas,
Que não beba o que eu bebo
E que não conte as minhas piadas.

Não siga de onde parei,
Não segure o que eu joguei,
Não espere o que eu espero
Não queira o que quero.

À cena do meu crime não vá retornar,
Não procure o que eu quis achar.
Não escreva como eu escrevo
E não aponte com meu dedo.

Não quero que toquemos as mesmas notas.
Espero não colocar as coisas onde você coloca.
Nós seguimos em frente, como nos convém,
Mas minha fortuna pra você não vale um vintém.

Não desejo que viva minha vida –
Eu só te mostro minha perspectiva.
Prefiro viver, quieto, uma bela vida –
Eu não seguraria sua onda nem você a minha

A vida é um programa ao vivo e sem reprise.
E no mundo há muitas, muitas vidas.
E concordo com um certo alemão que disse:
“Você vive suas coisas e eu vivo as minhas”.