Sunday, June 10, 2007

Sobre o medo (parte 1, volume 1)


Eu já tentei fazer viagens.
E a viagem me sabota sempre:
Ela é que me faz.
E sempre faz diferente.

Faz a rota diferente,
Faz a curva diferente,
A subida diferente,
A volta diferente.

Minha moto não era a mesma,
Meus olhos não eram os mesmos - não tinham mais medo.
E Roger Waters me avisou que o Sol era quase o mesmo,
Mas o que ele fazia com minha pele era o mistério.

Mas eu precisava viajar
E a viagem precisava de mim.
Hoje acho até que as estradas precisam de atenção:
Precisam de alguém que as percorra.

E quando eu mais tive medo de mudar,
Vi que até minha sombra não era mais a mesma.
Ela parecia mais amigável.
Parecia mais forte.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

É no medo que descobrimos quem somos, o que queremos, o que podemos...pois, ao recuar, nos deparamos com uma essência infalível o NÃO...

Quem não somos, o que não queremos, o que não podemos...

A sabotagem não é um não, mas sim um não do não...é o sorriso sinistro e misterioso do Gato Mestre; é o descobrir ingênuo do medo curioso de Alice...

Se for sabotar, sabote...mas cuidado para não sabotar a sabotagem...pois isso pode ocorrer inconscientemente...indefinidamente...infelizmente...

Apenas aproveite a viagem...e guarde para si (mostre aos outros se achar necessário) um cartão-postal...!!!

10:03 AM  
Anonymous Anonymous said...

Well said.

12:50 PM  

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