Saturday, April 29, 2006



O umbigo do universo está na pança
Do universo do umbigo que dança.

A esperança do espírito que viaja na dança
É o espírito da dança na esperança da viagem.

O espírito da pirataria no mar do navegador
É o mar do espírito navegado pelo pirata.

A pedra da perda do risco na caminhada
É a caminhada da perda do risco da pedra.

O livro que eu dei sem ter comprado nem ter escrito
É o que eu escrevi pra não dar, não comprar e nem virar livro.

A trilha da serra que eu achei na caminhada
É a caminhada para serrar a trilha do achado.

A madeira do instrumento que vibra com o toque da corda
Acorda a madeira com o instrumento do toque quando vibra.

O que eu sinto quando eu vejo o que vejo que sinto
É o mesmo que eu vejo que sinto o que eu vejo que você sente.

Aonde chego ao que ver que nós chegamos
É o que vejo que vemos o que chegamos a ver.

Percebo que você tem medo de uma coisa que é sua
E sua de medo ao perceber que tem coisa.

E chego ao fim no momento de chegar ao fim do momento.
E no momento de chegar ao fim é o momento de no fim chegar.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Com uma harmonia e uma melodia ficava pronto...




Hilário

9:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

O doceiro bebia cevada
A cevada se sentia bebida pelo doceiro
O doceiro era mais doce quando bebia
E a cevada era mais cevada quando sorvia
O frescor da cerveja bebida não tem preço para o doceiro
Nem para ninguém...
É apenas cevada sorvida
O doceiro era mais sorridente quando bebia
Já, quando vendia, fazia os outros de sorridente
Ao dispor de balas e beijos tão belos de contentes
O cervejeiro era docente quando ensinava a dor da vida de algum dia
Quem ouvia, via que o ensino era bebida experimentada doce
O doce do ensino era sentido extraído da vida sofrida
Da vida de um doceiro triste que de tão triste se doía.
A dor era uma espécie de amor dolorido da falta de Amanda
Amanda era a bebida que o doceiro bebia
Amava, de tão grande amor Amanda, que vendia doces e fazia o mundo mais doce.
Mas Amaro (esse era o nome do doceiro que bebia).
Mas Amaro sofria. E era um sofrimento doce, um doce veneno que se ardia. Que só com um belo gole de cerveja que ele sorria.
Quando não bebia, ele apenas sentia a Amanda presa ainda em sua garganta.
Bebia para fazer Amanda descer para o fígado.
Mas Amanda nunca descia.
O doceiro, um dia, resolveu comer dos doces.
Nunca sentido havia visto nas guloseimas que vendia
E sentiu o perfume de Amanda.
Amaro parou de beber.
Ficou um gordo que, Amandamente, se entregava aos prazeres do chocolate.
O doceiro então foi para terapia.
Lá percebeu que Amanda era um vagalume, que feito lantejoula, ainda brilhava em sua lapela ferida e disse:
“Eu lhe dei dos meus melhores dias”
Cansado da Amada, Amaro expurgou sua dor
E hoje ele voltou a beber. Dessa vez com uma mais pura alegria!
E os doces?

Beleza de poesias Rafa... escrevi essa...
Abraçao.
Lizias

1:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

Rafa,
Suas poesias sao belas.
Estamos pensando em fazer um sarau aqui no Instituto com poesias extraidas da flor do momento.
Que tal?
Espero que tenha gostado do "Doceiro e a Cerveja". Fiz inspirado no que li de voce.
Abraçao brother.

1:34 PM  
Anonymous Anonymous said...

Grande Gomes,
achei muito interessante e vívido seus textos, com força e alegria.
Continue escrevendo para nos alimentar nutritivamente.

Abraços,
Patrick

2:22 PM  

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